Alto Molise, a cidade de que estou falando é Agnone. Não é um povoado pequeno, pelo contrário, mas a parte mais antiga desenvolve-se no cume de um relevo. É uma cidade de atividades artísticas e artesanais que ostenta a Bandeira Laranja atribuída às aldeias pelo Touring Club italiano.
Enquanto isso as igrejas: são muitas, todas lindas. O posto de turismo local disponibiliza um mapa com a lista das igrejas que podem ser visitadas, uma espécie de roteiro sagrado. Existem igrejas românicas, renascentistas, barrocas: o mais característico é que nos séculos passados operários venezianos trabalharam aqui e de fato influências venezianas podem ser vistas aqui e ali, por exemplo, os leões na fachada da igreja de San Francesco, aquele de que mais gostei. Mas também o artesanato é muito importante e de facto na rua principal existem muitas lojas: os artesãos agoneses eram especializados no processamento do cobre, em particular o Agnone tina era procurado, um grande contentor para água e líquidos.
Os edifícios do fundo do vale, um pouco fora da cidade, totalmente recuperados e utilizados para atividades educativas, são também dedicados ao cobre: o Fundições de cobre. Outra característica da Agnone é a Fundição Pontifícia Marinelli, uma "fábrica", obviamente feita à mão de sinos. Não pense que as fundições de sinos são tão difundidas e que criar um sino é uma coisa trivial: anexo à Fundição está um museu que pode ser visitado em pequenos grupos com uma explicação de como nasce um sino.
O evento mais importante em Agnone acontece em dezembro, pouco antes do Natal, e é o Ndocciata. Centenas de ndocces, isto é, tochas, desfilam pela cidade em um mar de fogo. Os ndocces são feitos de pinheiros prateados dessas florestas e são montados em forma de leque, carregados nos ombros dos portadores. A resina produz um estalo ensurdecedor e a procissão de luz, de origem pagã, mas transportada no contexto cristão para significar a vinda da luz do mundo, que é Cristo, é envolvente não só para os agoneses, mas também para os visitantes.